sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

-Desculpa..

-Tá bom, vamos falar de outra coisa.
-Vamos falar do meu fracasso como ser humano...
Eu não sei o que vou fazer da minha vida, e todas as ideias que eu tive são ruins. Eu não consigo estudar quando tem gente em casa. Eu não sei fazer conta de cabeça, nem de somar. Eu aceito quando falam mal de alguma coisa relacionada a mim, e ainda fico mal por isso, e me arrependo depois por não ter feito nada, mas incrivelmente eu nao mudo. Eu prendo sentimentos de raiva e guardo os de culpa eternamente. Eu me estresso por qualquer sermão por menor que seja. Eu choro sempre que fico estressada. Eu choro por qualquer sermão. Eu consolo mas não penso pelo lado positivo quando eu realmente quero sofrer. Eu gosto da solidão, do escuro, e acho a morte algo totalmente aceitável. Sou um pouco egoista, ciumenta. Falo e não faço, faço e não falo. Eu não tenho iniciativa. Demoro trinta anos pra escolher alguma coisa, quando não sigo o comodismo pra escolher. Decepciono as pessoas com escolhas momentâneas e com motivos que só eu sei. Não falo tudo o que penso pra ninguém, sempre chega num momento que eu, pela felicidade da pátria, penso e fico calada. Eu não faço nada pelo meio ambiente além de não jogar papel no chão. Eu tenho o ego grande, as vezes me acho, sim, uma pessoa melhor que outras. Eu me sinto triste com uma vida boa, longe de todos os problemas sociais que assolam esse pais. Eu choro toda noite por uma escolha que eu mesma fiz. Eu sou a pior decepção do universo. E eu insisto em dizer que sou uma boa pessoa.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A cada palavra que saia de lá ia direto na minha garganta, e eu sentia como se ela fosse se fechando mais e mais, e quando eu percebi eu estava em prantos. Uma saudade que não cabia mais em mim se tornava dor. E eu me senti sem você. Sozinha, sem as suas palavras, teu olhar. Eu quis voltar no tempo, pra um momento bom, pra me distrair e voar pra longe da carne viva, do meu corpo que sangrava sozinho. Mas voltei pros teus braços, teus abraços, laços. O que tornou minha alma ensanguentada, tomada por aquele peso chamado saudade. E cada lágrima derramava um pouco do que me restava de sanidade. Foi quando todo aquele peso se foi. Me vi desatar os nós da vida, e a frieza da solidão me levou. Passei pela tua porta e era como se todos os momentos acontecessem ao mesmo tempo, te vi passar por mim, mas teu olhar não me alcançava mais. E eu sorria, por somente estar ali, onde tantas vezes teu calor me tocou, fazendo meus sentidos debruçarem sobre a janela do meu corpo e minhas mãos levitarem no som dos teus risos.