segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Eles se deitaram. A chuva que caia La fora os fez parar. De olhos fechados eles sentiam o mundo a sua volta. Todos os sentidos aguçados e sensíveis como nunca estiveram. Ela encostava sua cabeça no peito dele, e ouvia a sua respiração juntamente com os pingos que tocavam a janela de vidro. Ele se sentia realizado, apesar de todos os desentendimentos e todas as vezes que olhar pra ela já não era tão agradável. Ele a amava. E só então se deu conta disso. Ela se sentia realizada por estar ao lado dele. Quem tantas vezes a fez chorar, de raiva, de decepção, de emoção, de felicidade. E era aquela respiração que ela sempre sonhou em ouvir, daquele jeito, no silencio, tentando desvendar todos os seus segredos. E só então ela percebeu que o que havia dentro daquele peito era ela, e tudo que saia daquela respiração era a necessidade daquele momento. E então eles se abraçaram, o mais forte que conseguiram, até perceberem que se pertenciam.