quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Depois de tantas histórias, tantas conversas, bebidas e promessas; Eles se olharam, era um olhar de adeus, e quem sabe até quando. Ela se virou, e após dar três passos já não suportava mais não sentir aquela presença. Ela voltou e correu como se levitasse e fosse puxada pelo magnetismo daquele corpo, daquele calor. Ela o abraçou, era um abraço de adeus, e quem sabe até quando. Era a última chamada, o ultimo instante, seu nome foi pronunciado e ecoava pelo salão. Então ela se foi...passando pela porta de vidro e levando consigo sua mala, seu sorriso, sua luz, as promessas e a esperança de um dia rever aquele olhar. E foi assim durante todo o caminho, durante todas as aulas, todas as saídas, e todo aquele tempo que parecia eterno. Quando estava sozinha sentia seu coração murmurar saudades, ficava aérea a maior parte do tempo, lembrando de momentos que só ela saberia o significado, pensando em algo que não sabia se ainda existia. Pensava tanto que às vezes conseguia sentir os batimentos acelerados daquele coração atrás da porta de vidro, conseguia ouvir o tom de voz, sentir o toque que a fazia arrepiar, conseguia até ver o sorriso que tantas vezes foi direcionado a ela. Somente imaginação... Até que recebeu aquela noticia. Seu coração nunca esteve tão alvoroçado, nem sua voz tão tremula. Iria ouvir novamente o tom de voz, sentir o toque que a fazia arrepiar, ver o sorriso direcionado a ela. Não só hoje, nem somente um fim de semana. Aquele sonho se tornaria realidade. Novamente aquele caminho, novamente a apreensão, a anciosidade e as unhas vão embora pela janela. Descer uma escada de três degraus nunca foi tão difícil. E lá estava ele pra segurar sua mão, levá-la pra longe. O mesmo olhar aconteceu, era como se estivessem se conhecendo novamente, tentando embebedar um ao outro, mas dessa vez não foi necessário. E quem diria que estaria tão diferente, e exatamente igual como era desde sempre. Dois corpos que se atraem nunca se esquecem, já dois corações nunca se separam realmente.